A MOSCA
A mosca atravessa o vidro.
O vidro ilustra a tela.
A tela se expande diante
da humanidade.
Beijo os escorpiões
como se faces de crianças.
Beijo as mãos do morto
enquanto flana a mosca.
Há muito pouco tempo.
Há tudo de nada em mim.
A mosca.
O morto.
A paisagem aquela.
Rogério Deodato Mancini
vomita na porta do quarto.
Na sala, Frank Fields conta
mais uma de suas mentiras.
Vivian Rolando ri
da voz de Wanda Maia,
que tenta cantar.
O morto sou eu:
sobre a mesa, nu.