A MOSCA

Dentro do copo, a mosca.

Dentro do corpo, o copo.

Dentro da sala, o corpo.

Dentro da casa, a sala.

Dentro da mosca, a casa.

As górgonas limpam o vômito

de Rogério Deodato Mancini.

Limpam com panos finos,

seda, linho, a teia

de Penélope.

Cala a boca, Wanda Maia!

Escuta Frank Fields desvendar

mais um segredo de festim!

Nu, sobre a mesa,

o corpo hialino

de Alberto Carrasco.

Na rua, o baticum afoito

de um maracatu cibernético.

Viviane Rolando
Enviado por Viviane Rolando em 03/04/2007
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