A MOSCA
Dentro do copo, a mosca.
Dentro do corpo, o copo.
Dentro da sala, o corpo.
Dentro da casa, a sala.
Dentro da mosca, a casa.
As górgonas limpam o vômito
de Rogério Deodato Mancini.
Limpam com panos finos,
seda, linho, a teia
de Penélope.
Cala a boca, Wanda Maia!
Escuta Frank Fields desvendar
mais um segredo de festim!
Nu, sobre a mesa,
o corpo hialino
de Alberto Carrasco.
Na rua, o baticum afoito
de um maracatu cibernético.