Onze Meias-Noites - Quinta Meia-Noite

Quinta Meia-Noite

09 de fevereiro de 2006

00:02h

Pedras caem pelos duros terrenos

Dos pensamentos meus

Nas faces dos ocultos vales

Desta minha alma poética

Que às vezes é filosófica.

Maria Padilha Das Santas

Almas Benditas

Está aqui a dançar,

Alimentando-me de doce inspiração

Para as visões das posições

Do meu mediúnico olhar.

A noite silenciosa olho,

A Meia-Noite gritante olha-me,

Á Meia-Noite gritante oro.

Meia-Noite,

Quinta Meia-Noite,

Nasço em uma Meia-Noite!

Anjos caem doentes

No Vale Dos Poetas Perdidos.

Tuberculosos anjos poetizam

Sobre os segredos

De suas asas ensangüentadas,

Destituídas de auroras

De sóis sadios.

Pecaminosos anjos são os poetas

Que do Vale amam

A Deusa Meia-Noite,

Minha Deusa Meia-Noite,

Minha Deusa Meia-Noite...

Dance

Sapateie

Sorria

Gargalhe

Maria Padilha!

Samara Boers

Toca em seu violão

De cordas tristes ardentes

A Canção Da Mulher Perdida

Na Vila Das Alegrias!

Pedro Adamarante

Toca em seu violão

De cordas sublimes mortas

A Canção Do Homem Encontrado

No Poço Das Desgraças!

Samara Boers,

Pedro Adamarante,

Poetas cantores do Vale

Aqui em meu lar

Tocando para o vosso dançar,

Maria Padilha!

Dance

Sapateie

Sorria

Gargalhe

Maria Padilha!

Samara

Toca

Seu

Violão

Á

Esquerda

Da

Mesa

Dos

Meus

Choros!

Dance

Sapateie

Sorria

Gargalhe

Maria Padilha!

Pedro

Toca

Seu

Violão

À

Direita

Da

Minha

Cadeira

De

Lamentos!

Dance

Maria Padilha!

Sapateie

Maria Padilha!

Sorria

Maria Padilha!

Gargalhe

Maria Padilha!

Eu

Danço

Contigo!

Eu

Sapateio

Contigo!

Eu

Sorrio

Contigo!

Eu

Gargalho

Contigo!

Nós somos

A

Dança

Que encarcera

No

Inferno

Da

Meia-Noite

As sombras

Do

Inferno

Do

Meio-Dia!

Nós somos

A

Dança

Com o Sol

Da

Origem

De

Todo

Dançar

Na

Meia-Noite!

Nós somos

A

Dança

Contra estranhos

Que

Querem

Ser

Nossos

Inimigos

E caem

Quando

Tentam

Dançar

Na

Meia-Noite!

Samara,

Una à vossa Canção

A Canção De Florbela

Na Moirama sendo

Princesa divina feliz

Que sabe que o amor carnal

Não é para ser vivido

E nem pensado como

O maior ardor do viver

Já que o maior ardor

Do poeta como eu

Da poetisa como ela

É amar espiritualmente

A certeza do

Grande Amor Eterno

Que terno

A Deusa Senhora Maior Morte

Nos oferece!

Continuemos

Dançando

Maria Padilha!

Continuemos

Sapateando

Maria Padilha!

Continuemos

Sorrindo

Maria Padilha!

Continuemos

Gargalhando

Maria Padilha!

Pedro,

Una à vossa Canção

A Canção De Álvares

Na Lira Dos Infinitos Anos

Que toca em cósmico

Sentido de lamentos

A veste da

Deusa Senhora Maior Morte

Que na Meia-Noite

E no Vale Dos Poetas Perdidos

Canta melodias vivificadoras

Da dor de todos

Os Filhos Da Meia-Noite

E de todos os

Poetas perdidos!

Continuemos

Dançando

Maria Padilha!

Continuemos

Sapateando

Maria Padilha!

Continuemos

Sorrindo

Maria Padilha!

Continuemos

Gargalhando

Maria Padilha!

Santas

Almas

Benditas!

Santas

Almas

Benditas.

Santas

Almas

Benditas?

Santas

Almas

Benditas...

Santas

Almas

Benditas,

Vejam o dançar,

Vejam o sapatear,

Vejam o sorrir,

Vejam o gargalhar

De uma das vossas

Senhoras Guias

Até aquela Morada

Que por todas as Moradas

É com respeito chamada

De Morada Sem Horizonte.

Não vejam

O meu dançar

Santas Almas Benditas.

Não vejam

O meu sapatear

Santas Almas Benditas.

Não vejam

O meu sorrir

Santas Almas Benditas.

Não vejam

O meu gargalhar

Santas Almas Benditas.

Vejam

O

Dançar

Sapatear

Sorrir

Gargalhar

De

Uma

Das

Vossas

Senhoras

Guias

Maria

Padilha

Santas

Almas

Benditas.

Vejam como

Dança

Sapateia

Sorri

Gargalha

Essa Filha De Omulu

Ao som

Da Canção De Samara

Ao som

Da Canção De Pedro.

Vejam

Dançando

Sapateando

Sorrindo

Gargalhando

Maria Padilha

Filha De Omulu

Ao som de duas

Benditas Canções

De dois amigos meus

Poetas perdidos

E aqui em meu lar

Todas vós me dizeis

Porque nenhum

Dos poetas perdidos

Filhos Da Meia-Noite

Porque eu poeta perdido

Filho Da Meia-Noite

Não podem

Não posso

Encontrarem

Encontrar

A Poesia Do Encontro

Com Algo Além

Da Poesia Perdida

Deles

Minha.

Somos

Sou

Malditos

Maldito

Para não encontrarmos

Para eu não encontrar

A Poesia Do Encontro

Santas

Almas

Benditas?

Somos

Sou

Tão malditos

Tão maldito

Que não podemos beijar

Que não posso beijar

A Poesia Do Encontro

Santas

Almas

Benditas?

Somos

Sou

Muito mais malditos

Muito mais maldito

Que não podemos adormecer

Que não posso adormecer

Na alcova que sempre

É um amanhecer

Da Poesia Do Encontro

Santas

Almas

Benditas?

Somos?

Sou?

Somos!

Sou!

Somos.

Sou.

Somos...

Sou...

Osbolos

Chegou.

Osbolos

Leva

Maria Padilha.

Osbolos

Leva

Samara.

Osbolos

Leva

Pedro.

Osbolos

Leva

As

Santas

Almas

Benditas.

Osbolos

Leva-os...

Osbolos

Levou-os...

Mãe Madrugada

Chegou

Parando

Praticando

Pulsando

No Coração Da Meia-Noite

O

Seu

Coração

Retirado

Da

Noite

Cantante

De

Todas

As

Canções

E

Meias-Canções.

Sou desafinado cantor.

Sou desafinado cantor!

Sou desafinado cantor?

Sou desafinado cantor...

Byron afinado

Canta na taverna,

Uma taverna,

Uma

Taverna

Do

Vale

Dos

Poetas

Perdidos

Chamada de

Taverna De Infinitas

Canções Perdidas.

Samara

Toca

À

Esquerda

De

Byron

As

Infinitas

Melodias

Das

Infinitas

Canções

Perdidas.

Pedro

Toca

À

Direita

De

Byron

Outras

Infinitas

Melodias

Das

Infinitas

Canções

Perdidas.

Eu poeta perdido

Tenho um violão infinito

Que está sempre quebrado

Guardado ao lado

Das minhas canções perdidas.

Meu violão infinito!

Meu violão infinito.

Meu violão infinito?

Meu violão infinito...

Canções perdidas eu sou.

Canções perdidas!

Canções perdidas!

Canções

Meia-Noite

Perdidas...

Canções

Meia-Noite

Perdidas...

Canções

Que

Nunca

Cantei

Nesta

Minha

Desafinada

Existência

Perdida.

Nunca

Cantei

Meia-Noite...

Nunca

Cantei

Meia-Noite?

Nunca

Cantei

Meia-Noite.

Nunca

Cantei

Meia-Noite!

01:21h