GERMINAL AMANHA

Entra o sol da noite

Na escuridão do dia

Já não mais faz frio

E o medo agora reluz

No longínquo passado

Pois eis que brilha em mim

A luz do que ainda de vir

E não existe mais açoite

No pelourinho do coração

A liberdade agora impera

Longe de todas as amarras

Dos ignotos falares alheios

Pois a palavra agora livre

Grita com todo o silêncio

Sem o barulho do rancor

Não teme mais o ocaso

Pois o acaso campeia

Nas fronteiras do amor

O que ontem era dor

Hoje nada mais significa

Do que imagens ao vento

Desbotadas pelo desencanto

Posto que o novo já chegasse

E sorrateiramente invadiu-me

Preenchendo completamente

Todos os espaços que há

Dentro de um coração vazio

Sem cercas portas ou janelas

Que lhe empeçam de adentrar

E de florir completamente

O que estava tórrido e natimorto

Fiz na amargura um aborto

Para que assim só germine

O melhor que há em nós

Leilson Leão

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 19/04/2007
Reeditado em 13/08/2007
Código do texto: T456215