ÁGUA DERRAMADA

Acho que a água do meu pote ficou salobra,

Não tive nem tempo de saciar minha sede.

Fui abelhudo em tirar conclusão precipitada,

Pois pensei que ia me aninhar em sua rede.

Essas voltas que a vida contempla,

Nem por um segundo chegou até mim,

Sinto-me rodeado pelo passado adverso,

Numa senda onde a vereda não tem mais fim.

Meu olhar se perde nesse mato relvado,

Onde o coração espera por alguém que me queira,

Pois a soberba e a reputação te afastou desse ser,

Que definha e caminha sem eira e nem beira.

Mas me assanho em dizer que tenho barda,

Em viver esperando um cadinho do seu amor,

Pensei que tivesse saído desse delírio,

De te abraçar e sentir seu doce sabor.

Sementes plantei mas não houve germinação,

Pois não reguei a terra preparada,

Agora estou nesse dilema sem sentido,

Tentando verter a água derramada...