SINGULARIDADE

Naquele pequeno infinito que se debruçava nos meus olhos, duas metades quase únicas unidas pela semelhança, divididas pelo foco, ali desembainhei minhas armas, deixei-as cair e mesmo que pareça loucura como numa profecia vi o tempo corroê-las paciente e lentamente, cabisbaixo e parado observava minha sombra mover-se lentamente, e eu imóvel... Meus pés eram abraçados por algo maleável, senti uma imensa vontade de nada pensar como se algo apagasse minhas memorias, como se eu não fosse um ser vivente, um homem. como se eu não tivesse um espírito, indivisível inseparável daquele lugar, como se o tempo se acelerasse ao ponto de não ser eu e sim parte dele, nessa singularidade fui me perdendo naquele finito pedaço, inimaginando o imaginável naquele mundo só meu, onde não sabia se existia, eu!

ALLAN R. FRAGA

ESCRITOR FRAGA
Enviado por ESCRITOR FRAGA em 16/01/2014
Reeditado em 16/01/2014
Código do texto: T4651995
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