O JARDIM DAS DELÍCIAS

São anjos de asas derrocadas

Unhas de feras, presas afiadas

Olhos rubros das trevas

Pele queimada pelo fogo

Sua voz - grunhido assombroso

No peito batendo uma pedra

São caminhos repletos de serpentes

São cérberus em ira inclementes

Nas árvores maçãs envenenadas

Córregos de sanque jorrando

Corpos na relva queimando

As tocas são covas assombradas

Covil de almas condenadas

Da dor do escuro é a morada

Na placa de entrada a escrita

- Adentrai a plaga proscrita

Sede tu - alma aflita

Benvinda ao Jardim das delícias

O recanto mais obscuro da criação

O padecer na eterna escravidão

Onde o fogo é alimento perpétuo

Benvindas ao Jardim das delícias

Condenadas almas aflitas

Por todos os séculos dos séculos...