A Mãe do Mundo (manifesto de amor dadaísta)
Se entrasse em tua caverna
Se parisse todo meu esperma
Se não ligasse para interferência externa
Se mostrasse como és materna
Se vivesse entre tuas pernas
Se me desse a carência terna
Se engolisse com pressão interna
Se quisesse ver veia paterna
Pararia todo esse sistema
Ficaria cheio de edemas
Me teria com paixão extrema
Saberia como usar meu trema
Faria tudo a minha maneira
Pararia de achar besteira
Deixaria você bem faceira
Comeria até virar caveira
Seria sempre só felicidade
O entre e sai aqui nessa cidade
Não haveria espaço pra maldade
Renasceria na maternidade
Com útero tão fecundo
No nosso momento súbito
Teria filho no segundo
Tu, a Mãe parida do meu mundo.