A Mãe do Mundo (manifesto de amor dadaísta)

Se entrasse em tua caverna

Se parisse todo meu esperma

Se não ligasse para interferência externa

Se mostrasse como és materna

Se vivesse entre tuas pernas

Se me desse a carência terna

Se engolisse com pressão interna

Se quisesse ver veia paterna

Pararia todo esse sistema

Ficaria cheio de edemas

Me teria com paixão extrema

Saberia como usar meu trema

Faria tudo a minha maneira

Pararia de achar besteira

Deixaria você bem faceira

Comeria até virar caveira

Seria sempre só felicidade

O entre e sai aqui nessa cidade

Não haveria espaço pra maldade

Renasceria na maternidade

Com útero tão fecundo

No nosso momento súbito

Teria filho no segundo

Tu, a Mãe parida do meu mundo.

Fábio Pirajá
Enviado por Fábio Pirajá em 08/05/2007
Reeditado em 21/05/2007
Código do texto: T479703