OS SACERDOTES DO GELO
Ventos gelados vindos do Norte
Das catedrais escusas da morte
Sopradros pelos algidos recantos
Em brumosa e nevoenta neblina
Em lâminas de gelo advinda
Sequaz pálida dos cruéis prantos
Homens hirtos em ermo jazigo
Feiticeiros edificando o abrigo
Dos mistérios das terras perdida
Sobre o lago de lágrimas gelado
Em cujo seio jaz congelado
Seu tesouro de maior estima
Fria legião de homens ignotos
Habitantes do gelo remoto
E do véu lânguido de alvura
Confidentes dos espíritos ancestrais
Patentes sacerdotes imortais
Confinados na fria sepultura
Em comunhão te velas no escuro
Guardando do tesouro impoluto
A sagrada e gelada virgindade
Aquele que vigia absoluto na treva
E pelas trilhas galgantes envereda
Rumando incólume à eternidade