Queda
E é vento que comanda a sinfonia
as suas ordens folhas e cacarecos abstratos
rodopiam livremente, em assincronia
ausentes de qualquer noção de espaço.
A melodia parte de todos os lados
sapateiam as cadeiras, partem-se os pratos
e a iris de toda procela é apenas ela
pequena menina em plena queda.
Raízes lhe bofeteiam a face
o cabelo não há quem desenlace
de uma diminuta xícara de porcelana
que almeja ter parte na história.
As mãos agarram o que podem
grama, terra, sonhos, pólen
frustada, rodopia ociosa
louca, mantém uma mono prosa.
O mundo inteiro se pudesse palpitaria
não caia, menina, apenas transite
faça do vento sagaz montaria
e da sua essência, limite.
Lute contra a aurora que chega
quebre toda pré crendice
o seu mundo é você que cria,
por favor, não acorde, Alice.