À vida

Por ela me dar tanto

Por me fazer buscar muito

Sem que eu derrame o pranto

Que me fez nascer sem rumo

Quero brindar aos encontros

Aos desencontros também

Agradecer aos descaminhos

Por eu me perder de alguém

Por encontrar de novo

Outro alguém sem destino

Como eu um errante

Que diz ser também amante

De uma boa taça de vinho

Pela vida que eu gasto

Pelos afetos que distribuo

Pelas minhas mãos enrugadas

Pelas noites em que durmo

Nas estrelas das calçadas

À vida

Pela dúvida que me dá

Pelas certezas que engoli

Com tanta sede de nunca estar

De onde eu nunca parti

Brindo ao clarão do dia

Ao convite que me faz sorrir

Àquela noite que já passou

Ao domingo que nunca esqueci

Pelas horas que estão passando

Pelos beijos que ainda não recebi

Brindo aos dias que ainda virão

Aos abraços que eu roubarei

Por seguir na contra mão

Dessa estrada tão marcada

Que eu mesma desenhei

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 15/07/2014
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