Coisas de família

A honestidade é irmã de sangue

da dignidade

e quem se humilha

não pertence a família

alguma.

Nenhuma forma de poder

pode ser pessoal.

O animal não mata para estocar.

O vidro se estilhaça

mas o metal, não.

Estão nas mãos os gestos.

Escrevem as mãos os manifestos

e o cego tateia na escuridão.

Me dê a mão. Esta esquina é complicada.

Vai carro, vem carro, mas a mão não é única?

Mas nunca ninguém unificou

os membros de uma mesma família

e quem não honra a sua,

não é honesto e nem dígno.

E o sígno é o câncer, hipoteticamente.

Semeie a semente. Regue o amor.