Guerra de Aviões de Papel
Voa a raiva escrita em pólvora
E as almas dobradas com cuidado,
O papel cai sobre as cinzas do tudo derrubado.
O aviãozinho de sangue manchado
Cai no esquecimento junto às mãos da escória
Que a ele haviam criado.
O céu é cortado pelos papeis dobrados.
E pensar que horas antes ali bombas estouravam,
E pensar que um dia pessoas logo abaixo moravam.
Aviões de papel dos renegados e mortos,
Das almas debandadas dos corpos
Espalhados num mundo sem fim.
Todos ao cair são embebidos em sangue,
Lágrimas e dores afins.