QUE TIPO DE INSETO SEREI?
 
Serei traça
que estilhaça
o tecido
e o faz roto
e rompido?
 
Ou sou
uma barata
que o que alcança
maltrata
e deixa o nojo...
 
Na larva visguenta
e em todo bojo?
Por que o pavor do inseticida
que me embriaga
e é suicida?

Quero ser o que for...
Menos repelente
e deprimente
nas depressões
do dissabor...
 
Aqui não vim
senão pra mim
e ao mundo reflorir
pondo sensibilidade e civilidade
na parada dinâmica do viver.
 
Para fazer-me existir...
Nem aranha que ouriça e assanha,
nem formiga que não garante sua briga...
Muito menos gafanhoto,
pois, não sou nem um pingo afoito...
 
Então que inseto serei eu?
Quiçá, apenas um objeto...
Ou um pronome pessoal
do caso reto ou serei
do caso oblíquo?
 
Nem isso, nem aquilo...
valho o quanto peso...
Assim não me arrisco
nem faço drama...
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 02/09/2014
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