Sonho Lúcido
Venta forte!
Meus cabelos embaraçam...
Cápsula de sódio condensado
envolve o cristalino púrpura,
sulcado por grãos de areia voadores.
A visão é marejada...
Onda salgada vem do norte e
esbugalha o líquen na pedraria,
onde a crista espatifada, é salpicada,
e chega insípida, nos lábios
murchos de maresia.
O lençól adentra a crípta
despertando com água fria,
os morcegos desorientados,
que veem o mundo virado
achando que tudo é normal.
(sinto inveja do animal)
Sei que preciso voltar,
e atraída pelo visual,
não quero mais acordar...
Insisto na lucidez...
Não vai mais adiantar.
Preciso tentar noutra vez,
porque o sonho tem vida própria
e não quer mais se mostrar.