Rua incerta

Uma brisa suave lambe a copa das árvores

E, com essa suavidade retiram as pedras das ruas,

E, na leveza dos sonhos, belos

Nessa vivacidade dos ventos...parados...

A brisa sonha que lava a alma das calçadas

E faz uma teia para segurar as pedras

Para que não fujam, não se escondam

Que fiquem ali, ao alcance das mãos...

De repente um vento brusco, alterado

Talvez de um sudoeste asiático

Puxa a brisa- como se em respiração fosse-

Se transforma em água-viva, transparente

E a poetisa

Louca de amor

Se abstrai

É absorvida

Teletransporta;

soberanamente se esconde, embaixo de uma sombra íntima

olhos intensos a uma suposta inércia

levanto a parede do não-respirar

me transformo em forma linear

Enlouquecida,

Estarrecida

Lentamente volta ao começo

Olhos fechados, átimos do tempo vivido

Calçadas nuas,cruas na sua verdade

Calçadas com suas vidas verdes

Calçadas,sentimentos perturbados

Calçadas, nuances que independem das letras da poetisa...

Calçadas,

Vielas,

Becos

Sonhos de palavras caladas...

A poetisa tenta prosseguir

Para não sonhar sua brisa interna

Adormece para esse sonho alado,

Transpõe sua solidão embevecida...

Letras incertas,

Poetisa gregária...

Maria Aparecida A da Silva e um alguém
Enviado por Maria Aparecida A da Silva em 01/10/2014
Código do texto: T4983999
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