Três Estações

DIAS DE SALADA (poema1)

Jovens, baladas e seus dias de salada

Nas curvas do espaço houve um acidente

Sangue espalhado e mil dentes quebrados

Do alto falante esta saindo faíscas da guitarra de Hendrix

Desculpe-me se eu sou animal é porque eu nasci de parto normal

Por aqui as crianças estão sendo tratadas com química

Leis, armas e carmas circulam nas ruas

Ruídos mentais ecoam infinitamente

Atiram-se rancores aos pés humanos

O suspiro da natureza derruba folhas

As nuvens nascem no céu eu tenho um balde salgado de lágrimas

A floresta foi pintada por mãos divinas e limpas

Fazendo cócegas nas paredes escuta fantasmas rindo na parte interna da casa

E quando eu acordo os meus sonhos escorrem pela minha nuca e pingam no colchão

O inferno de assas pousa em nossas casas e nossas mentes são descascadas

Monstros marinhos e figuras indefinidas habitam o mundo enquanto dormimos

A MORTE DE JANE (poema2)

No tempo em que o corpo de Jane falecera e sua consciência volta ao ventre do cosmo

E foi despida de toda maldade deste mundo e o tempo foi colocado em uma jarra limpa

Se tornou particular em um universo próprio e todos com quem interagia serviam apenas para entretê-la

Agora pode viajar sem interferências orgânicas você esta livre Jane!!!!!

VERDE (poema3)

O gafanhoto diz bom dia a borboleta e a formiga desprendida da preguiça trabalha sem ganhar um dia de folga, e um triste morcego dorme recolhido de cabeça para baixo e frágeis bailarinas que acabaram de sair do casulo deslizam sobre o ar em volta de coqueiros completamente bêbados e as flores se banham com a luz solar.