TERRA SANTA
chega a tal ponto que, enquanto os judeus
batem cabeças ao muro
das lamentações
a adorarem seu deus
guerreiro, suas mulheres são
proibidas de tal
feito;
e, enquanto os muçulmanos
oram a Maomé e matam em compêndios
santos, com promessas de
virgens ao paraíso,
suas mulheres usam,
forçadamente, sufocantes
burcas.
Mas há mais em comum
entre eles do que se imagina;
por exemplo, as judias, em suas casas,
e as muçulmanas, por debaixo
da quente prisão de panos
– enquanto seus maridos
se matam e inventam esses deuses
para lhes justificarem
e servirem –,
aguçam o pensamento,
estendem os músculos e os nervos,
abrem as protegidas
vulvas
e liberam, aos cômodos
escuros, intensos e incontidos orgasmos,
aos ritmos frenéticos
dos dedos.
Péricles Alves de Oliveira