Ponteiros e corações

Na renitência infinda dos batimentos...

O tic tac dos relógios,

O tum tum do coração.

Uma irônica semelhança.

A frieza e apatia do tempo,

Que escraviza o próprio ritmo.

Apático aos movimentos em volta,

Aprisionado na sua métrica perfeita.

O quanto inveja o outro

Que dança conforme a música,

Que se dispara apaixonado,

Que salta em meio aos ardores.

E é barco solto sobre as águas,

Ora calmas, ora tempestivas.

Mas chega a vingança covarde dos ponteiros

Que seguem constantes, irredutíveis

Assistem satisfeitos e cruéis

O diminuir o passo

O calar-se

Mas ainda prefiro o descompasso,

O disparate emotivo.

O morrer de amor...

Artur Macedo Jr
Enviado por Artur Macedo Jr em 20/11/2014
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