Ponteiros e corações
Na renitência infinda dos batimentos...
O tic tac dos relógios,
O tum tum do coração.
Uma irônica semelhança.
A frieza e apatia do tempo,
Que escraviza o próprio ritmo.
Apático aos movimentos em volta,
Aprisionado na sua métrica perfeita.
O quanto inveja o outro
Que dança conforme a música,
Que se dispara apaixonado,
Que salta em meio aos ardores.
E é barco solto sobre as águas,
Ora calmas, ora tempestivas.
Mas chega a vingança covarde dos ponteiros
Que seguem constantes, irredutíveis
Assistem satisfeitos e cruéis
O diminuir o passo
O calar-se
Mas ainda prefiro o descompasso,
O disparate emotivo.
O morrer de amor...