Filetes Madrugais (repostagem)

o que seria de mim

se filetes não refrescassem

os vincos ardidos dos

dias que não te tenho?

encarquilhariam os sorrisos

grogues que penduro

nas teias da solidão

e os olhos,

ah, estes olhos

que purpurizam noites

esbugalhados e afoitos

(sempre picotam espessas

névoas madrugais)

tantas

tantas

ah, trincariam

e os cacos ficariam nestas mãos

para o tato fazer a visão de tudo

que foi visto em oração

[tua vinda intempestiva

rasgando o véu

que mumifica os dias

de muitas esperas]

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Interação Tony Bahia

Mumificados e brilhantes versos,

ao efeito do Sol e do Vento...

Quase chuva, quase chama, lodo e grama.

"Assim caminha a humanidade"!,

Florida nos jardins da poesia.

Inspira, transpira, todo suor que vem de dentro

em lágrimas de sal e cristais,

quando se escreve-descreve-versos,

nos sons poéticos da poesia..

Como se deitasse nua ao relento para acasalar

com os luares dos amores eternos.

A Lua tímida pela rara beleza

dos outros órgãos em outros planetas,

quase morta, ressuscita.

Ondas fazem labirinto na caverna clara

e escura dos caminhos. Pássaros fazem ninho.

Flor renasce quase morrida.

Num último suspiro,

brindo à vida.

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Obrigada, querido Tony, por esse

presente. Não há maior presente

que uma flor poética

se abrindo pertinho dos nossos

olhos...

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 03/12/2014
Código do texto: T5057217
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