Velhice

Faminto,

A boca do mundo

Solta teu hálito.

Varrendo-me as faces,

Embranquecendo-me os cabelos,

Encurtando-me os passos.

Olho-me

Neste espelho perturbador...

Revelador de histórias que não contei!

Envolvi,então, este passado

Em laços de fita

Que, na soleira de tua porta,

Depositei.

Sinto o beijo de Deus!

E a boca do mundo,

Fecha-se,

Recheado de mim.

Sou feto...

Sou embrião...

E fim.

naluz
Enviado por naluz em 15/12/2014
Reeditado em 24/12/2014
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