OS DOIS
Habituamo-nos tanto
a nos vestir com máscaras salpicadas a ouro,
por caminhos de sonhos
e de lamas,
que
– de nossas digladiações
ególatras e dementemente psíquicas
por cafés-concertos, céus figurados
e leitos concupiscentes –
perdemos completamente
a noção do quanto é vil e vão semear,
às superfícies e às cicatrizes
das coisas,
nossas ilusórias
e úmidas colheitas futuras.