Não caibo em mim

espero e não acho

acho e não espero

confundo meu momento

invertido sentimento

falta algo

algo se foi

onde está meu painel

de que cor é meu anel?

quem vai me salvar de mim?

onde está meu lugar azul?

já é madrugada aqui

dentro do meu peito nu

entorpecente não adianta

imune é meu caminhar

não consigo dormir mais

preciso de um pouco de paz

fácil imaginar

difícil viver

tantas correntes sobrando

o que eu posso fazer?

elo por elo dou conta

caminho feito barata tonta

entre blocos concretos

quadras e canteiros desertos

onde vou parar enfim?

trouxe rosas dentro de mim

planto aonde minhas sementes?

em que barco posso afundar

flutuar já nem se faz necessário

escrever vai me salvar

tenho que encerrar este capítulo

difícil olhar o que sobrou

algo aqui dentro me diz e repete

acabou... acabou... acabou...

ao mesmo tempo eu sei que não

em outro lugar recomeçou...

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 28/04/2015
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