Onde Há fumaça, Há SOMA

Penso de óculos fechados

na escuridão dos braços calados,

enfeitados com assas

de pinho e garras de aço.

Se não bebe Cola, puxa a cola e vê

a passagem do sol debaixo do chapéu,

que rodopia na mão do nosso ser.

As harpias se arrepiam com o samba do bardo,

com o canto do gado; com o pastoreio macabro

dos violinos desempenados de Wagner.

O sábio fuma a erva no cachimbo dos oficiais,

que gritam sem trespassar a película de íons:

- O ouro do tolo é o doce de papel!

Ai de mim, se eu soubesse o que cantam as nuvens!

Se a planta que se devora me devorasse!

Se os jogos de suicídio me matassem!

Se eu soubesse o que cresce além do cosmos.

Abriram o bueiro das percepções.

As portas ficaram para trás

ou pra frente, lá longe... 1984. Roupas e insultos sobre os relógios que insistem em contar ao contrario. Insultos contra as mudanças de temperamento, quente às vezes quente, e quente às vezes leve e fresco. Nunca frio e quente, nunca claro e frio, nunca calmo... nunca soslaio para o agrado, nunca pequeno. Nunca sentido do sentimento, nunca poesia, nunca preocupado, nunca terá um fim sem um ponto de exclamação nas rédeas do cavalo cego que guia o longo destino para dentro dos portões do escritório odontológico, a muralha das buscas do sentido dos sentimentos sem sentido.