RUMOS

Ando com esse esquecimento

que me tira a certeza de que vivo

que me põe na dúvida do que penso

e às vezes esqueço de que ando

Corro pela vida amortecido

sem sentir a dúvida das passadas

sem beber dessa água que destila

que às vezes amortece a caminhada

Desespero quando me vem essa calma

que me irrita nessa valsa agonizante

que me agita docemente o desespero

e me acalma quando ando e não esqueço

Vivo esquecido num copo

feito o rum dos tonéis destilados

se penso quando ando é que esqueço

de andar esquecido de pensar

A vida me parece tão longa

E assim tão curta é a certeza

desses passos tão incertos na dúvida

de pensar tão esquecido de andar

Talvez eu morra

Talvez eu ande

Mas se esquecer de viver

Eu ando pra pensar

Talvez eu viva

Talvez eu pare

Mas se eu andar pra lembrar

Eu paro pra esquecer