EM TERRA DE LOBOS, ANJOS VESTEM CINZA

Ouve, Senhora,
não esperes que cessem minhas chuvas
e minhas tempestades
de saís,

nem que
se dissolvam meus estranhos parâmetros
e meus imanentes precipícios
abissais,

nem (muito menos) que,
algum dia, eu me transforme em um sapiens
a pisar somente em céus azuis
e liberais.

Antes, Senhora,
se realmente me gostas como tanto
tens dito, faze-o em sublime
silêncio,

sem tantas
elucubrações, jugos e condenações
e sem alardeares aos ventos
teus sentimentos,

aceitando-me
assim, com todas as minhas dores e cores
imanentes e inalienavelmente
viscerais.

 
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 28/07/2015
Código do texto: T5326515
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