NOSSA DISTOPIA
Antítese do eu paralelo,
aqui ninguém sorrir,
ainda reinam as minorias,
ser livre é uma alegoria.
Antro de distopia,
As vezes fogo, as vezes zero absoluto,
fluxo do tempo retorcido,
vazio coletivo...
Opressão em larga escala,
um rei para cada bobo da corte,
um presidente para cada cidadão,
trajes de agonia e solidão.
Nenhum rascunho de alegria,
a máquina doutrinou a carne...
espírito em fragmentos,
um escravo;a cada nascimento.
Não existem pobres, só miseráveis,
pão nosso de cada mês,
fica proibido sonhar,
o fim é a saída.
Família de ditadores,
dinastia quase imortal...
controle de pensamentos,
admirável mundo cinzento...
A esperança vagueia no deserto...
sombras sem carcaça,
felicidade em desuso na ilha distópica,
jardim caótico de flores mortas.
Sobrou apenas um pedaço de chão,
em um mar de águas impuras,
futuro sádico e lágrimas vazias,
o desespero é abafado pela profecia...
Corações enferrujados,
humanos robotizados...
muita culpa acumulada,
rostos queimados pela chuva ácida.
Resquícios de uma sociedade,
há tempos esquecida,
filhos sem mãe e pátria,
soberania enlatada.
O olho que tudo ver,
te alimenta e vigia,
todo dia é madrugada,
mil anos se arrasta...