Um Par de Olhos Forasteiro
Naquela noite medíocre,
vacilante, inepto pelo vago.
adormeci ali, inconsciente,
nos braços taciturno
da odisseia, deixado à sorte
das ruas, guarnecido no auxílio
do nada. Foi quando vi-me
despertado pelo dourado
da manhã, tocado pela
brevidade de um momento,
marcado pelos traços
de um instante, num gesto último
e sutil, na linguagem performática
do silêncio... acostou a mão
no meu rosto, e em sinônimo
mútuo, incorporou-se à multidão,
e a certeza de um instante que
não passaria além
de um par de olhos forasteiro.