FINITO

Chegou ao fim

O que era tão importante para mim

As alegrias e os júbilos chegaram ao fim

Estragando os planos que eu fiz

Eu bem sei que nunca mais vou te ver

Nem uma ultima vez

Nunca mais vou olhar nos teus olhos como antes

Nada será bom o bastante

Já que quando tudo acaba

Damos a ultima gargalhada

Tão suave e elaborada

Só para não ser notada

Não entendo como pode ser

O infinito tão bonito

E a gente nem perceber

Que sempre precisamos de alguém

Mesmo de um estranho, para nos proteger

Num mundo demente e sem lei

Sinto-me exilado em uma colônia

De dor e de prazer

Onde as crianças passam fome e tem insônia

E outras são abortadas antes do sol nascer

A esfinge governa a cidade

Vamos nos esconder ao anoitecer

E procurar pela verdade

Quando der toque de recolher

Vamos para a casa perto do lago

Lá onde mora um mago

Vamos para a casa perto do lago

É só seguir cordialmente a serpente

Para o rio profundo

Lá onde não tem vertente

E esconde toda a historia do mundo

Siga cordialmente a serpente

Ela vai nos levar para um lugar diferente

E vai nos devorar lentamente

Siga cordialmente a serpente

No sul

O céu é azul

No leste

A vida não passa de um teste

No norte

Todos se esquivam da morte

No oeste

Não há nada que preste

Alguém está a me chamar

É uma voz que não quer se calar

É alguém que veio me buscar

E não sei para onde vão me levar

O que eu perdi

Com a chegada do fim pra mim?

Então chegou mesmo o fim

Ele veio com tudo

Para destruir o que eu construí

Estragar meu perfeito mundo

O fim da noite, o fim do amor, o fim da vida

O fim dos choros e das gargalhadas

O fim das lagrimas inutilmente derramadas

Que eu nunca mais vi e nem ouvi

Chegou o fim a única companhia que sobrou pra mim...

Mauricio Rocha
Enviado por Mauricio Rocha em 28/08/2015
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