Um par de asas vermelhas refletia-se em um lago,
E nada acima se via;
O céu deserto, o ar letárgico,
as asas se agitando na quietude das águas.

No silêncio pendiam as cores das aroeiras,
descia pelas cachoeiras 
a perturbação de uma noite que haveria de vir.

O voo molhado do meu corpo imerso em preces,
tanto e tanto, meu Deus,
que se fez céu as águas como se evaporassem,
e o rubro das asas trespassou a noite que ia adentrando.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 14/12/2015
Reeditado em 15/12/2015
Código do texto: T5479790
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