Porteiro da noite
Nem sei se existe outro amanhã
trilhando caminhos coíncidentes
assustando o tempo e as rotinas
desta vida
se espreguiçando dissidentes
O que traz amanhã
recria-se em pensamentos
coniventes
impacienta o silêncio
onde completamos nossas
existências
saudadas apaixonadamente
Vive convergente
procriando
todas as imagens e semelhanças
vestidas de prazer minuciosamente
Resta-me calcular o tempo
que resta prá eternidade
deixar teus vestígios aleatóriamente
decalcados neste exíguo tempo
onde nos acometemos sem
imparcialidades
Cumprir com serenidade
a hora breve onde resgato
um beijo deixado no calendário
dos dias
com tanta legitimidade
Não morremos mais hoje
deixaremos sim
cada metade desta fé
apressar-se triunfante
rumo a todas as liberalidades
onde ontem cimentamos o abraço
delicioso que amadurece um segundo
de tempo lenta e meticulosamente
Tornou-se quase infinitamente longo
este passado
simulando os aromas que
perfumam meu quotidiano
ocultando a tirania de cada hora
onde me ausento inexoravelmente
Atenua-me só a solidão
estendendo a escada do tempo
onde degrau a degrau dilatamos
as alegrias convergindo na versatilidade
destes versos domiciliados num festejo
resgatado pela colheita da vida
semeada com nossa total afinidade
FC