Porteiro da noite

Nem sei se existe outro amanhã

trilhando caminhos coíncidentes

assustando o tempo e as rotinas

desta vida

se espreguiçando dissidentes

O que traz amanhã

recria-se em pensamentos

coniventes

impacienta o silêncio

onde completamos nossas

existências

saudadas apaixonadamente

Vive convergente

procriando

todas as imagens e semelhanças

vestidas de prazer minuciosamente

Resta-me calcular o tempo

que resta prá eternidade

deixar teus vestígios aleatóriamente

decalcados neste exíguo tempo

onde nos acometemos sem

imparcialidades

Cumprir com serenidade

a hora breve onde resgato

um beijo deixado no calendário

dos dias

com tanta legitimidade

Não morremos mais hoje

deixaremos sim

cada metade desta fé

apressar-se triunfante

rumo a todas as liberalidades

onde ontem cimentamos o abraço

delicioso que amadurece um segundo

de tempo lenta e meticulosamente

Tornou-se quase infinitamente longo

este passado

simulando os aromas que

perfumam meu quotidiano

ocultando a tirania de cada hora

onde me ausento inexoravelmente

Atenua-me só a solidão

estendendo a escada do tempo

onde degrau a degrau dilatamos

as alegrias convergindo na versatilidade

destes versos domiciliados num festejo

resgatado pela colheita da vida

semeada com nossa total afinidade

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 14/02/2016
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