O Ceifeiro
O ócio e o tédio
Cometem o assédio
Então sou castigado
Com aquela dor nas costas
Por fazer uma aposta
De que não ficaria parado
[O tempo passa como um corvo no silêncio da noite...]
Já é tarde demais
Pra pensar no passado
Mas não irei me erguer
Continuarei aqui deitado
Vou ficar e dormir
Enquanto mais tempo passa
Com os corvos da noite
Desejando minha carcaça
[O silêncio se faz presente após os gritos de horror...]
Os cachorros estão latindo
Os vizinhos preocupados
Alguém está vindo
Com a sombra de um passado
Espelhos no meios das ruas
Refletem as mentes atormentadas
Posso ver o imo de cada um
Mas não queria ver nada
[Os humanos escondem algo mais profundo que um abismo...]
Envolto em cobertas
Deito-me no chão frio
Já não estou cheio de nada
Estou por completo vazio
Este é o primeiro passo
Para a eterna sabedoria
Onde humilde eu traço
Meus esboços de alegria
[O medo se sente espremido como um rato numa ratoeira...]
Fotos espalhadas por todo o local
Avisaram que chegaria todo o mal
Mas não me importo com isso mais
Assim como o bem ele traz paz
Eles poderão reinar sobre meu corpo
Mas nunca sobre minha mente
Pois mesmo esquartejado no chão desta sala
Sinto que ainda seguirei enfrente
[As portas se abrem para o futuro, o que vocês podem ver?]
Deitado no universo de meu eu
Só consigo enxergar aves escuras
Elas comeram minha carne podre
E na calada do vácuo elas me juram
Aqui poderei ser quem desejo
Aqui eu alcançarei o que almejo
Aqui viajarei no universo que está dentro
Dentro de mim. E terei a eternidade pra buscar conhecimento
[As penas se desfazem, e nada se pode ver. Estou rindo agora, de pena de você, pobre alma penada...]