Aquele cheiro...

Cheiro. Impregnado na derme, nas unhas,

Na mente. E a lembrança é uma verdade.

Cheiro de desejo, de libertação e vontade.

Essas marcas em mim são todas minhas!

Gosto de sal e sol e terra árida e mexida,

Cheiro de aragem e lua em mim entardecida.

Vultos de lembranças, flashes de memórias,

Hoje derramada vive em ti, qual escória.

Vã e vulgo como o tempo, foi-se com o poente.

Restam às vezes, recolhida, póstuma em vida,

Memória vaga, avulsa, úmida e até perdida,

Do cheiro, do gosto. No peito sempre latente.

Março/2016

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 15/03/2016
Reeditado em 16/03/2016
Código do texto: T5574533
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