Na Arcada da Noite
Na arcada da noite
Imagina o poeta
Noite tímida e florescente
Lírica e planetária
Noite transparente curtida em Luanda
Para os tímidos e santos transparentes na valsada
No alto da noite ditas horas mortas, hora de lendas
É do caos dessas noites que nascem as estrelas
Dessas estrelas nascem constelações
E de constelações nascem arcadas
Hipérboles e metáforas
Formam estruturas longínquas
Por onde começam as noites
Por onde somem as noites
Quando Luanda as perde de vista
Os encantos das farras terminam
E vem a ressaca apresentar-se como artista
A teatrar na Ópera da vida vivida e vencida
Enquanto lá fora os candengues esquecem-se da infância e partem para as conquistas.