AS ÁGUAS DO RIO

Não há paz para os vencidos,
nem alívios para os medos e as dores
congelados em seus cérebros
e músculos enrijecidos.

Das passadas águas do menino
(ou seriam águias que por mim se passaram?),
que agora jaz ao séquito e alucinado
deserto do homem,

restaram-lhe apenas
inundações cirúrgicas, ladeiras-abaixo,
perdições em becos-vadios
e esperanças-sem-fio.

Sim, de fato
(sem mais agulhas nem loucuras)
sequer lhe restou um último sonho-de-anjos,
um último beijo-de-asas, ou um último
abraço-de-rios.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 02/05/2016
Código do texto: T5623097
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.