PENSANDO BEM
Pensando bem,
eu não sei quando foi pulverizada
a puerícia havida na infância
perdida;
pensando bem,
eu não tive tempo (nem como)
reagir às novas fomes
doentias
que vieram
rasgando os céus e os sonhos
com belos flashes, seguidos de terríveis
ondas de choque;
pensando bem,
eu nem sei mais o porquê, o como,
o quando, ou o qualquer-coisa
que me valha
alguma esperança
de sair do solitário e angustiante deserto,
ou de me acordar do sono
fosco da viva morte.