As harpas deságuam nas encostas dos vales entristecidos,
dedilho semínimas a desertos irresolutos e cromáticos,
a corda passa leve por cumes e abismos
e nada deve ser acordado;
que a canção que entôo se perca entre os loucos
que aram a infertilidade dos sonhos que a si próprios não se sonham,
que seja balsâmica aos que sustentam trevas para que os mais fracos
possam atravessar a ponte em meio a clarões,
que seja imperceptível aos que se quedariam
ao vibrar das cordas frias -
silenciosas labaredas a trepidarem em minhas mãos.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 10/08/2016
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