RELÓGIO NÃO ME MARQUES!

Quando o relógio se apressa,

deixo de contar os minutos,

pois já não me interessa,

se ficará meu tempo obtuso.

Que morra o relógio, não ligo,

que os ponteiros desapareçam,

e não deixem nenhum vestígio,

de mim, quero que esqueçam.

Os números mostram o tempo,

bem longe da minha realidade,

vigiar o dia não é meu intento,

pois o relógio retira a liberdade.

Quero não ver passar o tempo,

vou destruir todos os relógios,

pra não sentir o envelhecimento,

nem o estar ficando em destroços.

Relógios são males do mundo,

algemas estranhas que prendem,

de forma vil, a vida, em entulho,

angustiando os seus reféns.

Libertar-me do tempo é preciso,

posso perder, sim, a hora marcada,

travando o relógio nessa estrada,

só não perco, por nada, meu juízo.