Pequena carencia surreal

antes de todas as outras

palavras que virão

quero dizer-te do longo tempo

que olhos percorreram

azuis ondulações

sem que nas margens

encontrassem promontórios

nunca antes escalados

e praias também

não desbravadas

onde pudessem

desaguar solidão.

Enfim, sem sucesso de extravasar

solitária vazão premeram-se

em salseirada que se verte agora

... rala

nesta enseada ensaiada pra receber

marolas espumosas

sem naus de palavras.

na carência que se eriça ao vento

o frio vestido se comporta verde

semi vestindo coxas

desnutridas de gemidos

com ininterruptos desmaios

pelo triste fim do tecido

entristecido

a se desmanchar no tempo

sem a chance de satisfazer

um desejo

em apelo

muito gostaria

de vê-lo

esparramado

em lustroso piso

granítico

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 20/10/2016
Código do texto: T5797542
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