lapsos delírios

de todos os voos restam nuvens

represadas no chão

refletindo céu

límpido irônico dono

da cor assomada.

de todos os navegares

são meus os lagos de silêncios aplanaidos

e a giganteza do mar

em desvairada azulância

de nada vale

dentro dos olhos cinza-mar, onde ondas píncaros chacoalham destroços de um naufrágio,

meus caules, ainda em gemas, gemem,

à derivas.

teimas em recolher,

teimo

perceber-te

descamisado, peito molhado,

vacilo de tanto olhar-te miragem...

e os pergaminhos nossos salvos encharcados

na insistência tua de sonhar

tu e eu, oceânicos,

sem margens a despertar...

nesses lapsos de delírios meus -

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 24/02/2017
Código do texto: T5922782
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