Elixir do breve momento

Tranformado o excesso transborda

Siplesmente por não resistir;

Incabível, Incerto retorna

Ao princípio de um elixir.

Tal elixir de breve momento;

Imaginário. O Eldorado!

Um intrépido contentamento

Interesseiro e conturbado.

Leva adiante essa tal paz

Que de intensa desaparece;

À procura de um menos sagaz

Que cedo, por ela perece.

Torna-se insubstituível

Esta magia desnecessária;

Que leva o corpo ao sensível

E contempla a alma precária.

Veste-se então de algo vil,

Tormento da própria luxúria;

Perto do encontro sombrio,

Sente-se, faz-se centúria.

Extermina sua breve consciência,

Que leva à sombra, a chorar

Pela falta da bela essência;

Tão bela que não podia faltar;

Sem a essência, que é o humano?

Que quase já nem a possuía;

Perdido no prazer mundano

E tudo mais ele destruía.

Um falso elixir que em vida

Se compara à rosa no jardim:

Com espinhos pode ser maldita

Mas as pétalas suaves como jasmim.

Porém com a manipulação doentia

A sentimentalidade mais pura

Se congela, se torna alergia,

E a intenção mais suave, a mais dura.

Contudo o excesso transborda,

Simplesmente por não resistir;

Incabível, incerto retorna

Ao princípio de um elixir.

Gabriel França Matarim Pessoa
Enviado por Gabriel França Matarim Pessoa em 05/08/2007
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