MISANTROPIA

Você ficará em minha memória eternamente

Será como um poema inacabado

Ou como a sétima Sinfonia de Beethoven

Que ficou escondida em uma catedral de Viena

Tudo parece ter um começo

Um meio, e um fim sem desfecho.

Você fica sonhando e eu te sigo nos meus sonhos

Você me segue e eu fico me escondendo

E sempre desencontramos

Um buscando o caminho

O outro o atalho, que não leva a nenhum lugar.

E a chama que arde aqui dentro do peito ferido

Corrói aos poucos a ultima esperança

Queima a essência alma

Matando todos os desejos

Que vai se desvanecendo aos poucos.

Não te encontro, nem nos poemas

E nem nas rimas da poesia

Você parece que se esconde nos contos

Que não foram contados

Como isso dói

De não saber onde está

Como posso construir um final feliz

E não encontrar nos versos

Essa metade de mim!

E você fica assim poetizando

Como reticências e manhas

No fim de cada poema

E eu, como um misantropo

Sigo a vida de longe

Com medo dos homens

Com esse amargo na boca

Por não saber ter escrito

A rima final de nossa história de amor.