POETAS DE ESPERANÇA

O coração a mil

O sangue pulsando a fio

E o devagar relumbre nas preocupações

Voar é escrever poesias nas divagações.

O veneno é o ansioso da morte

Sucumbiu a vida em sorte

Onde a bonança é saber viver

Deixar de matar para morrer

A paz é o caminho dos trilhos,

O refúgio dos fracos

Alívio dos necessitados, frios

Consolo tremendo nos asilos, da alma

Doçura celeste, de calma.

O mundo bebe nossas almas

Como uma draga faminta, vampira

Mas é nos pavilhões gélidos da dor

Que surge a luz

Surge uma flor

Pois nada se perde onde há cor

E tudo existe onde há amor.

Logo a morte divaga,

Porque a morte é uma piada

Que faz os bêbados esvair em risos

Nos contos loucos da minha alma

Expresso sorriso pálido,

Sem graça.

Quando o copo é esvaecido

Lavado como água,

Pois tudo passa como nuvens de fumaça.

O que se constrói é ilusão,

Presas do coração em aflição.

Destroçadores fugazes dos construtores de mundo,

Pois caminhar em passos largos, sem calçados

Sentindo os pés furados, apertados

É viver, que abraço!

O vinho seco conquistou meu ser

A amargura bravia derrocou, só de ver

Enamorou o pintor que pensava

Bem em frente do lago calmo, madrugava

Onde o som presente era dos pássaros livres,

Loucos enamorados.

Nós poetas, escrevemos a vida

Escrevemos os dias passíveis

Nas folhas brancas

Folhas de esperanças.