Ensurdecedor silencio

Muitos temem o silencio e os ensinamentos que o acompanham.

Mas se paramos para pensar, ele nos acompanha nos momentos mais decisivos do ciclo humano e mortal.

Nascemos e somos impelidos a quebrar o silencio.

Há quem diga que na morte, o primeiro sinal da passagem é o silencio.

Nas passagens que já fiz, nas viagens que não pedi para fazer, mas fui obrigada, o silencio me acolheu.

Ele é carinhoso, amigo e principalmente paciente.

Dá-nos lições preciosas e que simplesmente desperdiçamos, com a inexperiência e a exigência do agora.

Ainda assim existem aqueles que confundem um ser silencioso, com um ser enfraquecido, inexpressivo.

Tolos estes que se perdem em pensamentos tão inúteis, o silencio é só um sinônimo que o ser humano criou para aquilo que ele não pode ouvir, ou se nega a fazê-lo.

Existe, no silencio, um barulho tão ensurdecedor que somente os dispostos estão aptos para recebê-lo.

Subestimar o poder do não dizer, do som da serenitude, é um convite ao perecimento.

Nunca cometa o erro de ver um Haroun, com o augúrio Theurge, silencioso, e acreditar que você possa engana-lo ou zombar dele por muito tempo.

Com o silencio, os instintos do Haroun só estão apenas contidos, não se iluda, que com a mesma calmaria que ele lhe observa, pode desferir sua decisão.

E o silencio também tomará o coração daquele que não soube acautelar-se.

GK Bagoé
Enviado por GK Bagoé em 08/04/2018
Código do texto: T6303009
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