Agora (4)
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Vou-me a ele!
Arremeto ao agora!
Reduzo-o a um momento,
condeno-o, de repente
a mero retalho da jornada
e ainda assim concedo-lhe
ser lapso ínfimo
de uma história
que se escreve, vívida,
em todo e cada átomo...
se inscreve, indelével,
em cada e qualquer
item circunstancial.
Estou em alerta
em absoluta atalaia
focado nos sentidos
de... para..
a coisa... a causa
de aqui... de agora.
Como este preciso instante
do caminho,
de todo e cada caminho,
ponto médio de unidade
da sílaba, do ícone,
do fonema...
ponto médio, do dito
e do que ficou por fizer
ponto médio, já!,
porque assim o entendo
entre tudo e nada
entre cada tudo
e todo o nada.
Ai... agora,
mesmo indiciado
de radicalismo pagão,
sim!... agora
pois que eu quero e espero
quero e exijo
a tua vassalagem
que sou filho de Deus
que saio aos meus
para criar
como um criador.
Por exclusão de partes
teria sempre de ser eu
a reabilitar-te, assim,
pessoalíssimo,
meu. . . . . . . agora.
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_______________LuMe