Agora (4)

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Vou-me a ele!

Arremeto ao agora!

Reduzo-o a um momento,

condeno-o, de repente

a mero retalho da jornada

e ainda assim concedo-lhe

ser lapso ínfimo

de uma história

que se escreve, vívida,

em todo e cada átomo...

se inscreve, indelével,

em cada e qualquer

item circunstancial.

Estou em alerta

em absoluta atalaia

focado nos sentidos

de... para..

a coisa... a causa

de aqui... de agora.

Como este preciso instante

do caminho,

de todo e cada caminho,

ponto médio de unidade

da sílaba, do ícone,

do fonema...

ponto médio, do dito

e do que ficou por fizer

ponto médio, já!,

porque assim o entendo

entre tudo e nada

entre cada tudo

e todo o nada.

Ai... agora,

mesmo indiciado

de radicalismo pagão,

sim!... agora

pois que eu quero e espero

quero e exijo

a tua vassalagem

que sou filho de Deus

que saio aos meus

para criar

como um criador.

Por exclusão de partes

teria sempre de ser eu

a reabilitar-te, assim,

pessoalíssimo,

meu. . . . . . . agora.

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_______________LuMe

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 13/04/2018
Reeditado em 13/04/2018
Código do texto: T6307059
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