TABARÉU

Chegou de modo sútil

Um palavreado fútil

Aparência de inútil

Apesar do jeito frágil

Tinha olhar muito ágil

Trazia mau presságio

Falava com certo mistério

Tantas coisas sem critério

De poucos levarem a sério

Enchentes nos mangues

Ataques de mil gangues

Noites de Luas de Sangue

À princípio ouviu gracejos

Depois insensatos rumorejos

Espalharam-se pelos lugarejos

Na conversa dos bares

Ondas viriam dos mares

Medo contaminou os ares

Em noite de Lua Vermelha

Rasgará o céu forte centelha

Desgraça virá de parelha

Assustados com a notícia

Virou caso de polícia

À postos toda a milícia

Fruto de coletiva insanidade

Procura-se por toda cidade

Um homem que fale a verdade

Caminhará por aí ao léu?

Será que subiu ao céu?

Alguém viu o tabaréu?

É ele... preparem a grelha

Joguem-no ao fogaréu

Pronto! Mais um pro beleléu

E não me olhem de esguelha

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 05/03/2019
Código do texto: T6590364
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