Sinestesia

Ao cair do salgado crepúsculo,

Emergem as hostes espirituais:

Matronas das sinapses carnais,

A moldar-me o exíguo opúsculo

Submerso naquele de frio anil,

Desdenho a benção do sacro viril,

Para esbanjar-me no hálito carmim,

Encrustado em seu bardo jasmim.

Revelar-se pelo contrário correlato,

Põe-me distante da relva ordinária,

Que produz a linguagem do fato.

Incapaz de minar a alma refratária,

Contendo-me com a lisura do ato,

Que compõe minha balbúrdia etária.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 24/08/2019
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