Sinestesia
Ao cair do salgado crepúsculo,
Emergem as hostes espirituais:
Matronas das sinapses carnais,
A moldar-me o exíguo opúsculo
Submerso naquele de frio anil,
Desdenho a benção do sacro viril,
Para esbanjar-me no hálito carmim,
Encrustado em seu bardo jasmim.
Revelar-se pelo contrário correlato,
Põe-me distante da relva ordinária,
Que produz a linguagem do fato.
Incapaz de minar a alma refratária,
Contendo-me com a lisura do ato,
Que compõe minha balbúrdia etária.