Queda Livre

Carne, sangue, uma parede quebrada

Um sol que mata, uma mata que sofre

Um deslize do homem, uma sombra amarga

Um gesto em vão, escrever aos surdos, aos mudos e aos céus

Um momento de glória, Maria Nossa Senhora

Um horror de guerra, uma trégua, sem línguas, sem papas

Sanidade, uma pena, uma dó que desfarça

Uma muda que muda minhas palavras

Que brota, que surge nas algas

Nos mares mais limpos

Uma vida que surge em meio ao lixo

Um quilo, uma grama, outra morte

Por isso são novas as modas e os modelos

Em volta uma cortina que não abre, que prende a demora

E surge um canto, uma poesia, um pássaro

Tão longe, tão belo, tão manso

Um riacho que corre e abre caminhos

Uma vertente, um sinal que em nossa mente

Inflama, supera, desprende num desmanche...

Rômulo Cabral
Enviado por Rômulo Cabral em 09/10/2007
Reeditado em 27/07/2018
Código do texto: T687020
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