Verdades mentirosas.

Onde o mundo já chegou,

E onde ainda vai chegar.

Porque ainda agora começou,

A loucura a despertar.

Anda todo o mundo louco.

E todo o mundo baralhado.

E mesmo no buraco mais fundo,

Tu não estás descansado.

A vida é uma constante luta.

Que muito depende da sorte.

Para muitos a vida é bruta.

Sendo assim até á morte.

Cansado da vida bruta,

Sentei-me eu a descansar.

Tantos anos de labuta,

Levaram-me a pensar.

O mundo não é perfeito.

Nem nada que se pareça.

E agradecer um mau jeito,

Não nos passa por a cabeça.

Há no entanto situações,

Que nada têm de normal.

Que sendo aberrações,

Começam a ser o usual.

Já vi padres de caçadeira,

Aos fiéis, ela apontando.

Um bombeiro com mangueira,

Ao fogo, petróleo despejando.

Vi milionários dormindo na rua.

E assassinos a chorar.

Uma mulher toda nua,

Sem saber que roupa usar.

Vi mulheres darem á luz,

E o bebé logo morria.

E muitos carregarem a cruz,

Que não lhes pertencia.

Vi um cego a conduzir.

Um computador a falar.

Um vigarista a induzir,

E um papalvo a comprar.

Vi gordos, que não comiam.

E magros, sempre a comer.

Outros vi, que não bebiam.

E os que caiam por beber.

Vi miragens verdadeiras.

E verdades mentirosas.

E as boas maneiras,

Tornarem-se vergonhosas.

Vi juízes serem presos,

Como vulgares marginais.

Mortos saírem ilesos

De acidentes mortais.

Vi condenar inocentes.

E os culpados absolvidos

E por jogadas indecentes,

Muitos ficarem perdidos.

Então? Está ou não tudo louco?

Vejam só, o que nos resta.

E para quem ainda acha pouco,

Só tem que ler mais esta.

O burro que sempre zurrou,

Passou agora a falar.

E o homem que sempre falou,

Passou agora a zurrar.

zeninumi 22/10/2007

zeninumi
Enviado por zeninumi em 22/10/2007
Código do texto: T704831
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