Ter que partir...
Sei que um dia
Teria que partir
Mas, pra mim
Não seria tão rápido assim
E, não seria o fim...
É o fim?
Vim pra cá
Estou aqui
O que está pesando
sobre mim?
É... não é o fim!
Mas, por que tanta escuridão?
Por que a solidão?
Não deveria alguém vir me buscar?
Conduzir-me por um jardim?
Ouvir a melodia do infinito a me embalar?
E as virgens, onde estão?
Será que ainda virão me encontrar?
Não estou respirando
Mas, não me sinto sufocado.
Não estou afundando
Mas, também não me sinto ancorado.
Meu coração não pulsa.
Meu estômago não ronca.
Meu celular não vibra.
Meu pênis não se excita.
Onde está a mulher que eu amo?
E os carinhos da minha mãezinha?
Onde está meu filho teimoso?
E os cachos da minha filhinha?
Onde estão os acordes da minha guitarra?
Que eu não consigo ouvir mais.
Não me mexo, não caminho
Nem pra frente e nem pra trás.
Não sei onde eu começo
E nem onde termino.
Na mente uma vaga lembrança.
E na estrada o meu destino.